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“Teia tenebrosa” assusta MP
Promotor define assim as licitações com participação de mais de 30 empresas
O Ministério Público do Estado começou a investigar ontem mais de 30 empresas que participaram de outras licitações fraudadas na administração do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Pará, Domingos Juvenil (PMDB). O promotor de justiça Nelson Medrado, que apura as supostas improbidades, chegou a essa nova relação de empresas ao descobrir mais processos licitatórios disputados pela PLP Ltda.; Edeme Engenharia Ltda.; Amazônia Comercial, Serviços e Representações Ltda.; Oliveira Del Comércio e Representações e E M Moreira Instalações e Manutenção Elétrica, cujos donos negam ter participado dos certames da Alepa. Ou seja, cada licitação com uma dessas empresas tem mais duas concorrentes no modelo convite. "É uma teia, um enredo tenebroso", abisma-se o promotor. Além disso, o MPE descobriu mais uma pessoa usada como laranja para constituir firma usada no esquema da gestão Juvenil. Leideane Coelho Cardoso nem sabia que é dona da firma LC Cardoso Instalações e Manutenção Elétrica, usada em licitações da Casa de Leis.
A edição de ontem mostrou as três primeiras licitações com fraudes, verificadas na gestão Juvenil: nº 029/2010, 043/2010 e 059/2010. Todos são processos licitatórios de obras feitas no ano passado, na Alepa. Ao identificar cada empresa participante das concorrência, Medrado puxou o fio da meada de um novelo que ainda não se sabe o tamanho. A dona da LC Cardoso, empresa que faturou R$ 376.920,00 ao vencer cinco licitações da Alepa, em 2010, reside numa humilde casa de madeira que fica nos fundos da casa da prima dela, no bairro do Murinim, município de Benevides.
Outra situação idêntica, já tinha sido verificada pelo MPE na Licitação nº 051, em que a dona de casa Elisângela Moraes Moreira, também residente em Benevides, não sabia que era dona da EM Moreira, que faturou R$ 588.773 ao vencer quatro licitações na Alepa, também no ano passado. Medrado detectou que a LC Cardoso e EM Moreira foram constituídas na Junta Comercial do Pará (Jucepa) entre dezembro de 2009 e maio de 2010 especialmente para servirem de laranjas em licitações da Alepa. Especula-se que a intenção seria acumular dinheiro para a campanha de Juvenil, que saiu candidato a governador no ano passado.
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(o liberal)
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