HOSPITAL DAS CLÍNICAS

Procura por atendimento preocupa Hospital de Clínicas

A falta de triagem em pronto-socorros e unidades de saúde é atualmente a causa do maior problema a ser enfrentado no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, referência no tratamento de doenças coronárias no Pará: a sobrecarga de pacientes que sofrem de outros males e acham que estão com problemas no coração poderá comprometer a oferta de leitos e complicar a sua capacidade de atendimento.
“Nós atendemos pacientes com problemas de pulmão, estômago e outros encaminhados para cá. O ideal seria que a pessoa buscasse uma triagem antes de vir ao hospital. Alguns médicos não fazem nenhum exame preliminar e já encaminham para cá”, explica Christielaine Zannoto, enfermeira responsável pela Emergência Cardiológica do HC.
Como o Hospital não pode deixar de atender os pacientes, a demanda hoje sobrecarrega os leitos do hospital. “Caso os pronto-socorros não façam a triagem, isso poderá sobrecarregar o atendimento”, alerta.
AMPLIAÇÃO – O HC deve inaugurar ainda em 2009 uma nova unidade coronária para atendimento de pacientes com cardiopatias. A unidade terá dez leitos e a capacidade de atendimento de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva para cardiologia. O hospital também deve ter, em breve, um novo serviço de hemodinâmica ambulatorial.
Segundo o Diretor Assistencial Hospitalar, Carlos Teixeira, a inauguração deve acontecer até junho. “Essa unidade deverá desafogar a emergência do hospital e garantirá mais leitos no atendimento de emergência”, afirmou. “Isso permitirá que o paciente tenha um acompanhamento mínimo, aumentando a capacidade por dia”, estima o diretor do HC.
Hoje o Hospital das Clínicas atende em média 800 pacientes cardíacos por mês, com problemas como infartos agudos, cardiopatias congênitas e outros casos. Porém, a média mensal de óbitos na urgência cardiológica é de apenas 1,5% dos pacientes. No geral, a média de óbitos em 2008 foi de 6%.
“Temos hoje o melhor atendimento de coração em Belém. Geralmente aqueles que morrem são os que têm casos muito graves, que não fizeram tratamentos, nunca fizeram exames e, quando infartam, o problema já é crônico”, afirma a enfermeira Christielaine Zannoto.
Ela confirma que o hospital hoje conta com cardiologista 24 horas, faz exames prévios omo eletrocardiograma e raio-X e tem todo o material de atendimento de alta complexidade.
“Estamos preparados para atender o nosso público-alvo e a qualquer tipo de paciente”, reitera. Justamente por causa disso, atualmente o Gaspar Vianna recebe pacien- tes de todo o Pará e de vários estados vizinhos.
(Diário)