Como previsto, o ministro José Pimentel (Previdência) reuniu-se com congressitas para discutir a recomposição do valor das aposentadorias.
Porém, o encontro resultou em nada. Ou, por outra, a reunião produziu apenas um diz-que-diz envolvendo Pimentel e o senador Paulo Paim.
Abertas as portas da reunião, o ministro da Previdência disse que todos concordaram, inclusive Paim, com a evidência de que não há dinheiro no Orçamento.
O senador apressou-se em desdizer o ministro, que, como ele, é filiado ao PT. "Isso não existe, isso não é verdade. Quem falou isso, mentiu.”
Depois de chamar o companheiro Pimentel de mentiroso, Paim disse que o único consenso a que se chegou na reunião foi quanto à necessidade de uma nova reunião.
Foi marcada, segundo Paim, para quarta-feira (26) da semana que vem. De antemão, o relator-geral do Orçamento, Delcídio Amaral (MS), outro petista, avisa:
De fato, não há nas dobras do Orçamento da União para o ano de 2009 dinheiro para atender aos aposentados.
Delcídio recorda que, premido pela crise global, o Congresso terá de passar na faca R$ 8 bilhões incluídos na peça orçamentária antes que a crise desse as caras.
O ministro Pimentel levou à mesa os números da encrenca. Disse que, se aprovado, o “Pacotem Paim” imporia às arcas da Previdência gastos extras de R$ 76,6 bilhões ao ano.
São três os projetos que trazem a assinatura de Paim, espécie de porta-bandeiras dos aposentados no Congresso:
1. Recomposição das aposentadorias: projeto aprovado na semana passada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
Prevê o restabelecimento gradual, em cinco anos, dos valores originais das aposentadorias.
Pessoas que se aposentaram com um certo número de salários mínimos e hoje recebem importâncias menores teriam de volta, em parcelas, a defasagem.
2. Atrelamento ao salário mínimo: projeto aprovado no plenário do Senado em abril, numa votação unânime.
Obriga o governo a repassar às aposentadorias o mesmo percentual de reajuste do salário mínimo.
Enviado à Câmara, aguarda votação. Encontra-se na gaveta do presidente da Casa, o também petista Arlindo Chinaglia (SP).
3. Fator Previdenciário: proposta também aprovada em abril pelo plenário do Senado. De novo, por unanimidade.
Acaba com o fator previdenciário, regra criada sob FHC, para evitar pedidos de aposentadoria precoces.
Também aguarda votação na Câmara. Dorme nas gavetas de Chinaglia.
Lula deu orientação expressa ao consórcio partidário que dá suporte ao governo no Legislativo. Quer ver enterrado o “Pacote Paim”.
(blog Josias de Souza)
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NA VERDADE, APOSENTADOS NUNCA ESTIVERAM NOS PLANOS DE LULA.
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